Friday 23 August 2013

zz

na real que eu nunca vou ter (e nem quero) chance de falar isso pras pessoas que realmente deveriam ouvir, mas po, isso é uma coisa que tá passando pela minha cabeça faz meses.

todo mundo adorava minha vó, ela era aquela pessoa que todo mundo gosta, que todo mundo tem alguma coisa boa pra falar bem. claro, ela tinha lá seus defeitos, e nossa, tinha hora que era complicado conviver com ela, mas uma coisa eu posso dizer, ela é de longe quem mais me entendeu na minha família toda.

apesar de que parecia que ela sempre tava me defendendo pra todo mundo (e eu acho que ela até fazia isso), ela pra mim falava exatamente o que eu precisava ouvir.. quantas vezes eu tava muito puto com tudo e ela simplesmente vinha e dizia que tava tudo bem estar puto, e porra, era só o que eu queria ouvir; e muitas vezes escutar ela falando um monte de coisa era o que conseguia me mover, me tirar de qualquer lugar: agir.

eu gosto de pensar que eu entendia ela bem também; apesar de que provavelmente a gente discutiu várias vezes sobre as coisas mais bobas, a gente sempre conseguia ficar numa boa.

essa é a imagem que eu guardo da minha vó, alguém que por mais que me incomodasse, que discutisse comigo, que me deixasse puto, SEMPRE, mas em todas as vezes mesmo: eu preferia discutir com ela, do que rir com outra pessoa.

e eu era novo, eu não tinha idéia do quanto isso ia me fazer falta, quando ela morreu, eu não tinha noção do que tava acontecendo, do que aquilo ali significava, se eu pudesse fazer as coisas diferentes eu teria passado mais tempo com ela, eu teria ido dormir na casa dela quando eu ia pra lages, eu teria aprendido a cozinhar as coisas inacreditáveis que ela fazia; mas eu era moleque, eu era adolescente, eu tava preocupado com os meus próprios problemas passageiros, minhas namoradas, meus amigos. e hoje olhando pra trás, eu não lembro delas, eu não lembro deles, mas eu lembro da minha vó, da saudade que eu sinto dela, da falta que ela me faz, e do arrependimento que eu tenho de não ter dado atenção suficiente pra ela, e de ter achado que eu ia ter tempo pra isso quando tivesse mais velho.

a morte dela foi a última coisa que faltava pra eu me tornar o que eu sou hoje, quando eu vi o que ela significava pra todo mundo eu vi o que eu queria ser na minha família, e como eu queria ser quando crescer.

então hoje eu tenho pra dizer que a coisa que mais importava pra minha vó era que a gente permanecesse junto, todo mundo passava por cima de tudo porque a vó não deixava que fosse de outro jeito.
a minha vó era o máximo, era o meu máximo, era o meu ideal.

eu não sou tão bom nisso quanto a senhora, mas eu prometo vó, que eu vou tentar fazer o que tu sempre fez, afinal, alguém tem que fazer. e talvez eu saiba como.

Sunday 18 August 2013

oi?

odeio estar em situações que eu não posso controlar, e é óbvio, ninguém gosta, todo mundo gosta de estar no controle; mas essa situação em particular é desesperadora, e se pensar um pouco fica fácil explicar porque eu tô acordado 05h30 da manhã com o celular na mão, esperando algo... qualquer coisa na verdade..

sentimento estranho esse, apesar de que é, infelizmente, muito familiar.

mais uma vez eu me provo "errado", mais uma prova de que eu me complico sozinho, mais uma prova de que a minha vida é MUITÍSSIMO mais complicada desse jeito

e zero de arrependimento.

quer tentar adivinhar o porquê? tô de castigo, na mesinha..